Como criar um relacionamento sólido e afetivo com os filhos
Leia o artigo completo e descubra qual é o impacto dos pais na vida de uma criança e como suas atitudes podem influenciar o futuro dos filhos
Um relacionamento sólido e afetivo com os filhos é algo muito importante na formação de uma criança e no processo de construção do indivíduo. É por meio dessa relação de afeto e de atitudes positivas ao longo da primeira infância que se aprende diversas coisas que serão aplicadas ao longo da vida.
Esse vínculo emocional entre pais e filhos se forma antes mesmo de um bebê nascer. Contudo, quando uma criança cresce, muitas famílias se veem perdidas quanto às atitudes a serem tomadas durante sua criação. E dúvidas como: “Eu estou fazendo a coisa certa?”, “Ensinei corretamente?”, “Fui rígido demais?” ou “Sou um bom pai ou mãe?”, aparecem.
Mas fique tranquilo! Foi pensando nisso que criamos este artigo a fim de ajudar pais e mães na construção de um relacionamento sólido e afetivo com os filhos e no seu desenvolvimento emocional e psicológico.
A importância de construir um relacionamento sólido e afetivo com os filhos.
Os pais são o primeiro tipo de contato ao qual somos submetidos na vida. É por meio deles que assimilamos e desenvolvemos nossas primeiras impressões do mundo, como lidamos com as coisas ao nosso redor e nos preparamos para o que está por vir. Por esse motivo, e pela posição de destaque que têm, eles assumem a figura de “professores”.
Um filho aprende com os pais. Uma prova disso está ao analisarmos alguns hábitos e comportamentos pessoais com aquilo que nossos pais faziam durante a nossa infância. Muito do que foi aprendido vem ou veio do exemplo deles, sendo replicado até os dias atuais.
Como apresentado pela psicóloga infantil britânica Bettina Hohnen, na pesquisa da iniciativa Better Health Smoke Free, “As crianças copiam os comportamentos de seus pais e responsáveis, por isso é importante modelar o que você deseja para o seu filho — ou podemos transmitir comportamentos sem perceber […]”. A pesquisa feita pelo governo da Inglaterra, e publicada em dezembro de 2021, discute a ligação entre o tabagismo de adultos e as chances de crianças se tornarem fumantes no futuro.
Em contrapartida, um artigo feito pelo LSR Research Online aponta que se uma criança for exposta a condições como um vocabulário mais amplo, existem maiores chances dela empregá-lo ao longo de sua vida.
O fato é que essa cultura de lar por si só expressa a importância da construção dos laços familiares serem bons, porque será a partir deles que os filhos terão a capacidade de desenvolver autonomia, empatia, autoconhecimento, resiliência, autorregulação emocional, confiança e habilidades socioemocionais. De um jeito ou de outro, aquilo que você faz influencia o caminho para as futuras gerações, da mesma forma que pode ocorrer com os filhos dos seus filhos quando eles passarem por esse processo de construção de um relacionamento sólido e afetivo.
6 passo para construir um relacionamento sólido e afetivo:
Passo 1: Cultivando a comunicação aberta
Nos primeiros anos de vida, é quase impossível comunicar-se com um bebê. No entanto, muito se aprende sobre suas necessidades e questões básicas, como a alimentação. Por exemplo, quando um bebê chora é porque deve haver alguma coisa de errado ou que o está incomodando. Mas assim que começam a falar, esse contato com suas emoções se torna mais fácil.
É com o diálogo que as relações se intensificam e a confiança surge. Conversando aprendemos sobre o ponto de vista dos pequenos, coisas como seus sentimentos, gostos e opiniões, tornando o entendimento possível.
Por esse motivo, um convívio e o estímulo de conversas diárias são tão importantes. Desse modo, a criança sente que tem um ambiente acolhedor em que exista confiança e respeito, e melhora sua habilidade de socialização.
Quando um ambiente de conversa é mantido durante a infância, a chance da criança envolver você no cotidiano dela é maior.
Passo 2: Construindo a confiança mútua
Como já dito, a criança espelha muitas das atitudes dos pais, então, caso você tome alguma atitude negativa ou a engane com frequência, isso pode ter um impacto na forma como ela interpretará e lidará com assuntos em geral.
Se você promete algo ao seu pequeno e cumpre com o dever, muito provavelmente ele criará um senso de confiança e respeito com você. Dessa forma, a criança entenderá sua figura como a de alguém que faz o que fala, dando valor a sua palavra.
Claro, existem diversas ocasiões em que os filhos, enquanto pequenos, não controlam seus impulsos e vontades, o que torna o diálogo insustentável. Então, como forma de apaziguar a ansiedade deles, prometemos dar aquilo que querem. Mas não se engane! Deve haver limites na forma em que isso acontece e quanto antes ensinar que nem tudo será possível, melhor.
Se você dá o exemplo de alguém digno e verdadeiro, será mais fácil e compreensível para a criança assimilar uma resposta negativa quando você explicar a ela o porquê das coisas.
Passo 3: Estabelecendo vínculos afetivos
Uma das melhores formas de demonstrar afeto por outra pessoa é pelo toque físico, como quando somos submetidos a carinhos, beijos e abraços. Pense que é por meio da pele que todo contato com o mundo externo ocorre, então, se você busca externar toda a paixão que sente por outra pessoa, transmita seu afeto na forma do contato físico.
Essa atitude, além de ser uma excelente forma de desenvolver as terminações nervosas na pele e estimular áreas cognitivas do cérebro, estabelece um vínculo afetivo capaz de tranquilizar o filho e fazer com que ele se sinta bem em sua companhia.
Algumas crianças, no entanto, podem não gostar muito desse tipo de chamego. Às vezes, isso é parte da personalidade dela e tudo bem! Nesses casos, cabe aos pais respeitarem o espaço estabelecido pelo menor e não forçar um contato que possa estressá-lo.
Como alternativa, o afeto pode surgir na forma das pequenas atitudes de uma rotina, ao pentear os cabelos, passar creme hidratante, ao fazer massagens nos pés e mãos, mantê-los por perto e andar de mãos dadas.
Passo 4: Criando um ambiente seguro e estável
A criação de um ambiente seguro e estável para uma criança é essencial para o seu desenvolvimento. Muito disso se deve ao lugar em que ela vive, afinal, esse será o espaço que ela reconhecerá como seu lar.
É ali que a criança vai crescer e, provavelmente, passar grande parte de seu tempo. Por esse motivo, a conservação de um ambiente sustentável, seguro e zeloso, além dos incentivos presentes nele é dever dos pais.
Crie rotinas divertidas para fazer dentro de casa, aproveite o tempo livre para brincar com seus filhos, converse sobre o seu dia a dia, apoie em suas decisões e gostos, explorar a imaginação, aproveitar um filme, enfim… entre outras atividades as quais eles se sintam felizes.
Aproveite esse momento para ensinar a criança sobre questões básicas de educação, respeito e convivência. Valores que deveriam ser explorados além da sala de aula.
Passo 5: Promovendo o aprendizado e crescimento emocional
Ao longo da vida, nós nos deparamos com diversas questões que exigirão um conhecimento prévio para serem solucionadas. Uma delas é sobre as habilidades socioemocionais, como a empatia e a resiliência.
Um dos deveres dos pais enquanto “mentores” é o de ensinar aos filhos sobre a importância dessas habilidades, para que assim o jovem saiba como lidar com situações externas e internas também.
Além disso, os filhos devem ser estimulados no autoconhecimento e na autorregulação emocional para que descubram as coisas de que não gostam e como lidar com elas. É valioso entender como cada emoção age e o que elas representam.
Ensine à criança que nem tudo será como ela quer nem terá conserto. Demonstre que ela deve valorizar aquilo que tem e se adaptar aos problemas da melhor forma possível. Além disso, não tem nada de errado em compartilhar com você aquilo que está sentindo para ambos buscarem uma solução.
Passo 6: Valorizando a individualidade e as características da criança
Desde muito cedo somos apresentados a padrões e expectativas já estabelecidos. A mãe ou o pai devem entender que os filhos existem numa consciência separada da sua, com desejos, vontades e preferências totalmente diferentes.
Dentro disso, é fácil entender que todas as pessoas são diferentes umas das outras, incluindo o temperamento, a forma de agir, pensar, falar ou de se expressar.
Evite comparações e rompa paradigmas, deixe a criança crescer da melhor forma sem faltar com tudo aquilo já mencionado anteriormente. Valorize as características únicas de seu filho, seja um dom, um desejo, algo que faz parte da fase da criança e que a represente.
Às vezes, a urgência com que as coisas acontecem demandam muito do seu tempo, transformando os dias numa intensa maratona. Então, não importa quantas tarefas você tenha no seu dia, reserve um período para seus filhos. São eles que precisam de atenção e carinho. E lembre-se, tenha muita paciência!
Recapitulando os passos de como construir um relacionamento sólido e afetivo com os filhos.
Criar uma criança não é uma tarefa simples. Independentemente da idade e do quanto você se esforçar para isso, está lidando com outro indivíduo que possui uma personalidade e gostos diferentes. Mas pode acreditar, todo esforço e energia colocados num processo de tutela da criança reflete em quem ela será no futuro. Por isso:
Converse bastante e crie uma rotina consistente de diálogos. Pergunte como foi o dia, o que aconteceu e sobre o amanhã.
A criação de vínculos afetivos e a construção de um laço de família se inicia cedo, por isso, estimule atividades positivas e que desenvolvam as habilidades sociais da criança.
Tenha sempre muita paciência, participe do dia a dia do pequeno, dedique um tempo para vocês dois juntos.
Brinque, faça companhia, ensine, dê dicas, participe ativamente da vida do seu filho, sem forçar esse envolvimento, mas se esforçando para estar presente. Dê atenção e lembre-se: respeite seu filho em tudo que fizer por ele e para ele. Abrace, beije e ame!